sexta-feira, 12 de outubro de 2007

[E seguir o meu caminho...]

Sim, antes que me pergunte, tudo o que eu escrevo, cada virgula, do que eu teimo em chamar de poesia, tem dono, por mais que seja um dono ingrato e que não sabe dar valor, fazer o que??.
Falando da vida agora, as coisas até que começaram a dar certo, algumas vitórias e nessa nova maré eu decidi uma coisa:
CHEGA!
Cansei de chorar, de lamentar, por quem não sabe amar e fica esperando alguém que caiba exatamente nos seus sonhos, uma espécie de flor azul que só existe num mundo imaginario, ao invés de dar valor a quem lhe dá valor.
A prioridade é estar sozinha com meus pensamentos, o coração, mais do que nunca, fechado pra balanço por tempo indeterminado.
O que já havia sido escrito, sim vai ser publicado, não vale a pena deixar passar, a parte do que eu sentia e consegui colocar pra fora.
Só o que eu quero agora é passar um tempo (Um bom tempo) sozinha, é hora de juntar os meus cacos e seguir o meu caminho.
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Entrega

Toma para ti o meu silêncio.
E escuta nele minhas confissões.
Toma minhas noites mal dormidas,
envolta nos lençóis dos meus desejos
E descobre nelas meus segredos.
Toma as lágrimas que derramei.
E assim molhados os olhos teus,
enxerga com os olhos da minha dor.
Toma meus sonhos, meus anseios.
Podes surpreender-te ,
quando ao revolvê-los,
descobrires que és a razão de muitos deles.
(porque não dizer todos?)
Toma minhas palavras mal escritas,desencontradas, encabuladas.
São pedaços da minha história.
Lê neles a ânsia louca, na busca ingrata de querer ser.
Toma meus medos,
Minhas dúvidas, inseguranças.
Usa da sensibilidade que só tu tens,
Essa mesma que aprendi em ti,
E perdoa meu atrevimento, minha pretensão.
Toma todos os sorrisos, as gargalhadas...
Minha alegria enfim.
Enche deles tua alma, teu coração e
A plenitude que sentires,
Creia-me, é esta mesma que me invade
Quando estou contigo.
Toma meus dias, horas, minutos e segundos.
Saberás neles mais de ti do que de mim mesmo.
Toma meu carinho, respeito e consideração.
E deles então, tenhas muito cuidado.
Pois neles aprenderás de mim muito mais que todas as palavras te poderiam revelar.
E então saberás que de uma forma que não se compreende - pois que não tem explicação
-me guardei para ti.
Que mesmo sem querer - juro eu tentei -
Eu te amei.
E amei de forma essa tão pura, e tão singela,
Que se hoje olhares nos meus olhos,
neles verás os caminhos que percorri por esta vida,
Até que estivesse diante de ti.
Toma minhas mãos entre as tuas.
Percebe como, trêmulas, denunciam minha incapacidade de
permanecer indiferente a ti.
Nada te perguntarei.
Nada te pedirei.
Apenas esperarei,
que este amor em ti refletido,
Um dia, quem sabe - ou não –

transforme-se na história de nós dois.
Vem...
Toma minha mão...?

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