domingo, 30 de novembro de 2008

[Muleta para fracos?]

Eu sou partidária da fluoxetina na água da Sabesp, princípio ativo do Prozac, medicamento que desde os anos 80 anos garante que a serotonina circule livremente nos cérebros mundo afora. Eu tomo Prozac, e sou feliz assim.

Agora dizer que antidepressivos são muletas para fracos, que o negocio é ter fé e força de vontade, mas se esquecem que para quem tem algum desequilíbrio químico no cérebro essa pode ser uma alternativa muito eficiente, e o grande problema é que isso desmerece todos os infelizes que tomam remédios e ficam bem com eles.

Não se toma remédios de tarja preta, com efeitos colaterais nada convidativos como náusea, tontura, sonolência, caso não seja realmente preciso. É claro, existem médicos e, principalmente, pacientes que fazem uso desse tipo de medicamento de forma errada. Mas isso não anula o benefício que esses produtos trouxeram a muitas pessoas, inclusive a mim. E mais, os seres humanos se valem de artifícios para tornar a vida mais fácil o dia todo. A religião é um deles. Mas ninguém condena quem vai à Igreja em busca de felicidade. Mas quem vai à farmácia buscar felicidade não tem “força de vontade”?

Se a felicidade não é algo inerente aos seres humanos, ou a muitos deles, qual é o problema de tentar buscar qualidade de vida de alguma outra forma? Não descartando, obviamente, a elaboração e o amadurecimento de questões que possam levar à depressão. Mas a depressão, como quadro clínico, precisa de muito mais do que força de vontade para ser curada.

Às vezes a vida é tão pesada que é necessário acreditar em Deus. E às vezes é necessário tomar remédios. Eu não acredito em Deus, mas boto a maior fé na fluoxetina.

sábado, 29 de novembro de 2008

[A pessoa errada]

Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.

Porque a pessoa certa faz tudo certinho. Chega na hora certa, Fala as coisas certas, Faz as coisas certas, Mas nem sempre a gente está precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada.

A pessoa errada te faz perder a cabeça
Fazer loucuras
Perder a hora
Morrer de amor
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
Que é pra na hora que vocês se encontrarem
A entrega ser muito mais verdadeira

A pessoa errada é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar
Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas
Essa pessoa vai tirar seu sono
Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível
Essa pessoa talvez te magoe
E depois te enche de mimos pedindo seu perdão
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
Mas vai estar 100% da vida dela esperando você
Vai estar o tempo todo pensando em você.

A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo
Porque a vida não é certa
Nada aqui é certo
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo
Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo.
E só assim é possível chegar àquele momento do dia
Em que a gente diz: “Graças à Deus deu tudo certo”
Quando na verdade
Tudo o que Ele quer
É que a gente encontre a pessoa errada.

Pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente…
Nossa missão: Compreender o universo de cada ser humano, respeitar as
diferenças, brindar as descobertas, buscar a evolução.

Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

[they're only pretty lies? ]

Pode ser que, como quase sempre, esteja apenas romantizando ou dramatizando tudo. Mas passei tempo demais rezando por um amor que nunca viria por alguém que não existe alguém que aceitasse minhas fraquezas, por vezes minhas covardias.

Também pensei ter me tornado imune a essas peças pregadas pelos sentimentos, mas todos os sonhadores passam por isso e não há como negar que muito de mim ainda pertence ao mundo dos sonhos, o que me faz também uma sonhadora como todos os românticos.


Todos falam de amor tão docemente, mas como voltar a caminhar com seus próprios pés ao descobrir que não se é dono do amor que se julgava possuir? Tolamente, você reúne os cacos que sobraram e acredita que a próxima vez será diferente, que você novamente não irá entregar seu coração e sua alma de graça, como fez anteriormente...

Mas rosas, beijos ou doces palavras e homens te contado pequenas mentiras, lindas e doces, mas ainda sim pequenas mentiras. Te faz acreditar e novamente se infectar com essa doença chamada paixão.

Ah e o amor pode ser assim tão doce, amor tão doce, Todo bom sonhador passa por isto algum dia.

Eu não tenho nada a falar sobre qualquer coisa

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Há muito tempo que não escrevo. Têm passado meses sem que viva, e vou durando, entre o escritório e a fisiologia, numa estagnação íntima de pensar e de sentir. Isto, infelizmente, não repousa: no apodrecimento há fermentação.

Há muito tempo que não só não escrevo, mas nem sequer existo. Creio que mal sonho. As ruas são ruas para mim. Faço o trabalho do escritório com consciência só para ele, mas não direi bem sem me distrair: por detrás estou, em vez de meditando, dormindo, porém estou sempre outro por detrás do trabalho.

Há muito tempo que não existo. Estou sossegadíssimo. Ninguém me distingue de quem sou. Senti-me agora respirar como se houvesse praticado uma coisa nova, ou atrasada. Começo a ter consciência de ter consciência. Talvez amanhã desperte para mim mesmo, e reate o curso da minha existência própria.

Não sei se, com isso, serei mais feliz ou menos. Não sei nada. Ergo a cabeça de passeante e vejo que, sobre a encosta do Castelo, o poente oposto arde em dezenas de janelas, num revérbero alto de fogo frio. À roda desses olhos de chama dura toda a encosta é suave do fim do dia. Posso ao menos sentir-me triste, e ter a consciência de que, com esta minha tristeza, se cruzou agora – visto com ouvido - o som súbito do eléctrico que passa, a voz casual dos conversadores jovens, o sussurro esquecido da cidade viva.

Há muito tempo que não sou eu.


Fernando Pessoa - Livro do Desassossego

terça-feira, 4 de novembro de 2008

[Então tá vamos falar de livros]

Nunca foi segredo para ninguém o meu “pequeno” vicio por livros, quantas vezes eu já esqueci de comer por que estava intertida em um bom, livro e as inúmeras vezes em que eu torrei meu rico e suado dinheirinho em Sebos, livrarias e afins. Então ta, vamos falar de livros.

Tenho nos últimos tempos uma fila razoável de livros e afins esperando por mim, mas alguns ganham outros perdem prioridade, então vamos a lista dos já lidos.

Coleção luz e escuridão - Stephenie Meyer
Crepúsculo, Lua nova e Eclipse.
Capas de extremo bom gosto, sinopse de best seller, o tipo de livro feito para vender. Na verdade comecei a ler o primeiro, Crepúsculo, por que não tinha nada melhor e por insistência de uma amiga, detalhe que ela comprou o livro, mas ainda não tinha lido.

Não sei por que quando comecei a ler estava com uma tremenda dor de cotovelo, mas nunca imaginei que um romance água com açúcar, muito fofinho entre uma humana loser e um vampiro que poderia muito bem ser o príncipe encantado, fosse prender minha atenção, li o livro no alto de suas quase 400 paginas de um dia para o outro, e na seqüência baixei o resto da coleção da internet, bem no final da semana, tinha terminado toda a serie publicada até agora, e com mais que uma certeza: eu quero um Edward Culler para mim, se alguém souber onde vende....

O imperador - Conn Iggulden
Sob os portões de Roma e A morte dos reis

Outro best seller, lido por indicação, dessa vez da moça da biblioteca, e que estou amando.(Liz amar best sellers não é uma coisa que acontece, vide o caçador de pipas que eu achei bem mais ou menos). Esse narra a historia de Julio César, se bem que historia com “H”, não seria o correto, já que a vida dele possui diversas lacunas, preenchidas habilmente por Iggulden, consegue manter a atenção da primeira a ultima linha, alem do que eu não me lembro de mais nenhum romancista histórico que tenha escrito algo tão próximo do real sobre César, um rapaz de família não ta abastada nem tão influente de Roma que consegue se tornar imperador e com que seu sobrenome seja sinônimo de rei até hoje.

Quando éramos deuses – Colin Falconier,

O livro que dá nome a esse humilde blog, e mais uma vez e de novo eu li esse livro. Romance histórico baseado na biografia da minha heroína preferida, Cleópatra. Phoda é pouco para ela, uma mulher governando uma das maiores civilizações, e antes que alguém comente qualquer coisa, ela NÃO era uma vadia promiscua, como costumam pintar a sua imagem.

Deus um delírio - Richard Dawkins

“se uma pessoa cria uma ilusão e passa a viver nessa ilusão como se fosse realidade nos a chamamos de louca. Se um grupo de pessoas cria uma ilusão e passa a viver nessa ilusão como se fosse realidade nós chamamos de religião”
Nada mais a dizer a respeito, ótimo livro apesar de eu o achar um tanto radical intolerante. Mas o que esperar do novo expoente do neo-ateismo, um dia faço um post só falando desse livro.

Essas foram as coisinhas que eu li nos últimos dois meses, indico todos, até mesmo os best seller, coisas que geralmente não prestam até mesmo por que se numero de exemplares vendidos fosse critério para bom livro Paulo Coelho seria o melhor escritor do mundo, e todo mundo sabe que Coelho só seria bom se estivesse morto.

Post apenas para encher lingüiça....