sábado, 27 de dezembro de 2008

[O balanço do ano]

Há 366 dias atrás eu estava fazendo exatamente a mesma coisa que estou fazendo agora (366 dias por que 2008 foi ano bissexto), o balanço do ano.

Mas falando do passado, eu prometi para mim mesma que esse ano seria diferente, que tudo seria diferente, e realmente foi diferente, mas não da forma que eu planejei, mas da forma que as coisas aconteceram, as famosas voltas incontroláveis do mundo.

Foi um ano cheio de tristezas e alegrias, mas antes de qualquer coisa foi um ano de amadurecimento, não da forma bruta como ocorreram das outras vezes, mas sutis onde eu tive tempo suficiente para digerir toda a informação.

Novamente entrei e sai de depressões, até finalmente me convencer de que Fluxetina pode ser sim sua companheira mais fiel, e não ter vergonha de admitir isso. Esse foi o ano em que aprendi as lições mais importantes da minha vida, pessoas podem ser piores do que se imaginava, e que se pode esperar absolutamente tudo delas. Mas existem amigos fieis e verdadeiros onde menos se imagina (se bem que isso e já sabia).

Me dei conta de que algumas certezas não são tão certas assim, e o que se quer não é verdadeiramente o que se deseja (pensamentos diarinhos novamente, algumas coisas nunca mudam).

Aprendi a beber (Sim cerveja é infinitamente melhor do que aula de zoologia), cortei o cabelo, decidi a trabalhar (agora de verdade, numa coisa nada a ver com a que eu estudei), me formei na facul, descobri que amor nem biologia não enchem barriga, e decidi fazer outra graduação.

Pseudonamorei alguém por quem não estava apaixonada só por falta do que fazer, tive recaídas por drogas de 1,84. me apaixonei cegamente, da forma mais tola, entreguei minha alma confundindo com amor, a cegueira passou e me dei conta que minha alma continuava sendo só minha, já que essa não é uma coisa que possa ser dada, mas no máximo compartilhada. Finalmente me livrei das drogas.Também fiz algumas coisas das quais não me orgulho muito, iludi quem não merecia. E há algumas horas atrás voltei a me sentir como uma gazelinha saltitante pelos campos verdejantes como não me sentia a muito muito tempo.

Hoje me olho no espelho e gosto do que vejo, gosto da mulher que me tornei, hoje me acho interessante, atraente, bonita, mesmo passando longe do padrão, já que me dei conta que se eu não gostar de mim primeiro e não me respeitar, ninguém irá fazer isso por mim.

Não sei se posso culpar a segunda quadratura de Saturno pelas mudanças, mas no fim das contas o que importa é que elas aconteceram.

Eu me vou, feliz pelas coisas que mudaram e pelas que chegaram ao seu fim, mas sem sentimento de saudosismo, o sentimento agora, é de esperança, de que o próximo ano seja “mágico”.

sábado, 6 de dezembro de 2008

[Acabou...]

Acabou... Acabou... O que ler desse verbo? É como se não tivesse existido! Palavra tola, de que serve o eterno criar se a criação em nada acabar?

Mais uma fase da minha vida está acabando, e como todo o fim cheira a nostalgia e saudade do que passou, mesmo que esse passado, não tenha sido um presente assim tão agradável, ele me moldou me tornando o hoje sou. Ultimo dia de aula na faculdade, ultima prova, e depois? Acabou.

O que vem pela frente agora? É curioso, de repente ser lançado ao um buraco negro de incertezas do que será sua vida depois da graduação. É quando você se dá conta do quanto mudou, do quanto agora enxergo as coisas por um outro ângulo. Verdades absolutas caíram por terra, às coisas que se desejava no inicio são diferentes desejos agora. Não sou a mais a mesma pessoa de antes, mas fui varias outras também nesse meio tempo.

Me dou conta de que o mais importante que aprendi na faculdade não foi a taxonomia, morfologia de anatomia de criptogramas ou a tafonomia, mas sim coisas como amadurecer, aprender a fazer escolhas e assumir meu erros, me dei conta que não sou perfeita e que não preciso ser o tempo todo certinha, aprendi a beber, que não preciso assistir a uma aula que eu não esteja afim - isso é desperdício de tempo e energia- cerveja é sim, muito melhor que aula de zoologia - mas me dei conta disso um bocado tarde.

Não faço idéia se irei exercer a biologia, já que vou fazer outra graduação na seqüência – outra coisa que eu descobri um pouco tarde, amor não enche barriga, nem paga as contas no fim do mês, biologia é um dos grandes amores da minha vida, mas a profissão biólogo possui um mercado de trabalho complicado e instável, Coisa de país subdesenvolvido, rsrs.

Mas enfim, Acabou! E pensando melhor, essa não é uma palavra tola, apenas significa uma nova aventura se abre a minha frente, então que venha uma nova aventura...

domingo, 30 de novembro de 2008

[Muleta para fracos?]

Eu sou partidária da fluoxetina na água da Sabesp, princípio ativo do Prozac, medicamento que desde os anos 80 anos garante que a serotonina circule livremente nos cérebros mundo afora. Eu tomo Prozac, e sou feliz assim.

Agora dizer que antidepressivos são muletas para fracos, que o negocio é ter fé e força de vontade, mas se esquecem que para quem tem algum desequilíbrio químico no cérebro essa pode ser uma alternativa muito eficiente, e o grande problema é que isso desmerece todos os infelizes que tomam remédios e ficam bem com eles.

Não se toma remédios de tarja preta, com efeitos colaterais nada convidativos como náusea, tontura, sonolência, caso não seja realmente preciso. É claro, existem médicos e, principalmente, pacientes que fazem uso desse tipo de medicamento de forma errada. Mas isso não anula o benefício que esses produtos trouxeram a muitas pessoas, inclusive a mim. E mais, os seres humanos se valem de artifícios para tornar a vida mais fácil o dia todo. A religião é um deles. Mas ninguém condena quem vai à Igreja em busca de felicidade. Mas quem vai à farmácia buscar felicidade não tem “força de vontade”?

Se a felicidade não é algo inerente aos seres humanos, ou a muitos deles, qual é o problema de tentar buscar qualidade de vida de alguma outra forma? Não descartando, obviamente, a elaboração e o amadurecimento de questões que possam levar à depressão. Mas a depressão, como quadro clínico, precisa de muito mais do que força de vontade para ser curada.

Às vezes a vida é tão pesada que é necessário acreditar em Deus. E às vezes é necessário tomar remédios. Eu não acredito em Deus, mas boto a maior fé na fluoxetina.

sábado, 29 de novembro de 2008

[A pessoa errada]

Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.

Porque a pessoa certa faz tudo certinho. Chega na hora certa, Fala as coisas certas, Faz as coisas certas, Mas nem sempre a gente está precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada.

A pessoa errada te faz perder a cabeça
Fazer loucuras
Perder a hora
Morrer de amor
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
Que é pra na hora que vocês se encontrarem
A entrega ser muito mais verdadeira

A pessoa errada é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar
Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas
Essa pessoa vai tirar seu sono
Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível
Essa pessoa talvez te magoe
E depois te enche de mimos pedindo seu perdão
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
Mas vai estar 100% da vida dela esperando você
Vai estar o tempo todo pensando em você.

A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo
Porque a vida não é certa
Nada aqui é certo
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo
Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo.
E só assim é possível chegar àquele momento do dia
Em que a gente diz: “Graças à Deus deu tudo certo”
Quando na verdade
Tudo o que Ele quer
É que a gente encontre a pessoa errada.

Pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente…
Nossa missão: Compreender o universo de cada ser humano, respeitar as
diferenças, brindar as descobertas, buscar a evolução.

Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

[they're only pretty lies? ]

Pode ser que, como quase sempre, esteja apenas romantizando ou dramatizando tudo. Mas passei tempo demais rezando por um amor que nunca viria por alguém que não existe alguém que aceitasse minhas fraquezas, por vezes minhas covardias.

Também pensei ter me tornado imune a essas peças pregadas pelos sentimentos, mas todos os sonhadores passam por isso e não há como negar que muito de mim ainda pertence ao mundo dos sonhos, o que me faz também uma sonhadora como todos os românticos.


Todos falam de amor tão docemente, mas como voltar a caminhar com seus próprios pés ao descobrir que não se é dono do amor que se julgava possuir? Tolamente, você reúne os cacos que sobraram e acredita que a próxima vez será diferente, que você novamente não irá entregar seu coração e sua alma de graça, como fez anteriormente...

Mas rosas, beijos ou doces palavras e homens te contado pequenas mentiras, lindas e doces, mas ainda sim pequenas mentiras. Te faz acreditar e novamente se infectar com essa doença chamada paixão.

Ah e o amor pode ser assim tão doce, amor tão doce, Todo bom sonhador passa por isto algum dia.

Eu não tenho nada a falar sobre qualquer coisa

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Há muito tempo que não escrevo. Têm passado meses sem que viva, e vou durando, entre o escritório e a fisiologia, numa estagnação íntima de pensar e de sentir. Isto, infelizmente, não repousa: no apodrecimento há fermentação.

Há muito tempo que não só não escrevo, mas nem sequer existo. Creio que mal sonho. As ruas são ruas para mim. Faço o trabalho do escritório com consciência só para ele, mas não direi bem sem me distrair: por detrás estou, em vez de meditando, dormindo, porém estou sempre outro por detrás do trabalho.

Há muito tempo que não existo. Estou sossegadíssimo. Ninguém me distingue de quem sou. Senti-me agora respirar como se houvesse praticado uma coisa nova, ou atrasada. Começo a ter consciência de ter consciência. Talvez amanhã desperte para mim mesmo, e reate o curso da minha existência própria.

Não sei se, com isso, serei mais feliz ou menos. Não sei nada. Ergo a cabeça de passeante e vejo que, sobre a encosta do Castelo, o poente oposto arde em dezenas de janelas, num revérbero alto de fogo frio. À roda desses olhos de chama dura toda a encosta é suave do fim do dia. Posso ao menos sentir-me triste, e ter a consciência de que, com esta minha tristeza, se cruzou agora – visto com ouvido - o som súbito do eléctrico que passa, a voz casual dos conversadores jovens, o sussurro esquecido da cidade viva.

Há muito tempo que não sou eu.


Fernando Pessoa - Livro do Desassossego

terça-feira, 4 de novembro de 2008

[Então tá vamos falar de livros]

Nunca foi segredo para ninguém o meu “pequeno” vicio por livros, quantas vezes eu já esqueci de comer por que estava intertida em um bom, livro e as inúmeras vezes em que eu torrei meu rico e suado dinheirinho em Sebos, livrarias e afins. Então ta, vamos falar de livros.

Tenho nos últimos tempos uma fila razoável de livros e afins esperando por mim, mas alguns ganham outros perdem prioridade, então vamos a lista dos já lidos.

Coleção luz e escuridão - Stephenie Meyer
Crepúsculo, Lua nova e Eclipse.
Capas de extremo bom gosto, sinopse de best seller, o tipo de livro feito para vender. Na verdade comecei a ler o primeiro, Crepúsculo, por que não tinha nada melhor e por insistência de uma amiga, detalhe que ela comprou o livro, mas ainda não tinha lido.

Não sei por que quando comecei a ler estava com uma tremenda dor de cotovelo, mas nunca imaginei que um romance água com açúcar, muito fofinho entre uma humana loser e um vampiro que poderia muito bem ser o príncipe encantado, fosse prender minha atenção, li o livro no alto de suas quase 400 paginas de um dia para o outro, e na seqüência baixei o resto da coleção da internet, bem no final da semana, tinha terminado toda a serie publicada até agora, e com mais que uma certeza: eu quero um Edward Culler para mim, se alguém souber onde vende....

O imperador - Conn Iggulden
Sob os portões de Roma e A morte dos reis

Outro best seller, lido por indicação, dessa vez da moça da biblioteca, e que estou amando.(Liz amar best sellers não é uma coisa que acontece, vide o caçador de pipas que eu achei bem mais ou menos). Esse narra a historia de Julio César, se bem que historia com “H”, não seria o correto, já que a vida dele possui diversas lacunas, preenchidas habilmente por Iggulden, consegue manter a atenção da primeira a ultima linha, alem do que eu não me lembro de mais nenhum romancista histórico que tenha escrito algo tão próximo do real sobre César, um rapaz de família não ta abastada nem tão influente de Roma que consegue se tornar imperador e com que seu sobrenome seja sinônimo de rei até hoje.

Quando éramos deuses – Colin Falconier,

O livro que dá nome a esse humilde blog, e mais uma vez e de novo eu li esse livro. Romance histórico baseado na biografia da minha heroína preferida, Cleópatra. Phoda é pouco para ela, uma mulher governando uma das maiores civilizações, e antes que alguém comente qualquer coisa, ela NÃO era uma vadia promiscua, como costumam pintar a sua imagem.

Deus um delírio - Richard Dawkins

“se uma pessoa cria uma ilusão e passa a viver nessa ilusão como se fosse realidade nos a chamamos de louca. Se um grupo de pessoas cria uma ilusão e passa a viver nessa ilusão como se fosse realidade nós chamamos de religião”
Nada mais a dizer a respeito, ótimo livro apesar de eu o achar um tanto radical intolerante. Mas o que esperar do novo expoente do neo-ateismo, um dia faço um post só falando desse livro.

Essas foram as coisinhas que eu li nos últimos dois meses, indico todos, até mesmo os best seller, coisas que geralmente não prestam até mesmo por que se numero de exemplares vendidos fosse critério para bom livro Paulo Coelho seria o melhor escritor do mundo, e todo mundo sabe que Coelho só seria bom se estivesse morto.

Post apenas para encher lingüiça....

terça-feira, 28 de outubro de 2008

[meme 3×4.]

O intuito é conhecer um pouco mais sobre a pessoa por trás do blog. Comecemos…

Nome: Kelly Cristina
Idade: No ar desde 09/set/1987
Local de Nascimento: São Paulo
Peso: desconhecido.

Altura: 1,70m.
Apelido de infância: Liz
Qual é a sua maior qualidade? Se eu descobrir uma, avisarei.
E seu maior defeito? Sou um poço de defeitos.
Qual é a característica mais importante em um homem? Gentileza
E em uma mulher? Inteligência.
Qual é a sua idéia de felicidade? Estar com quem eu amo.
E o que seria a maior das tragédias? Estagnação, acomodação.
Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo? Eu gosto de ser eu mesma. Apenas procuro melhorar quem eu sou, evoluir.
E onde gostaria de viver? Num lugar onde todos aceitassem uns aos outros sem pré julgamentos
Qual é sua cor favorita? Tons entre azul e roxo.
E o seu desenho animado? Adoro desenhos se bem que já tive mais tempo para eles.... mas não dá pra esquecer de Peanuts
Quais são os seus escritores preferidos? Neil Gaiman, Clarisse Lispector, Fernando Pessoa, Terry Prachett, e mais uma lista imensurável
E seus cantores e / ou grupos musicais? Joy division, The smiths, The cure, Eccho anda the buyman.
O que te faz feliz instantaneamente? Ver a felicidade estampada no rosto de alguém. É contagiante!
Quais dons você gostaria de possuir? Já tenho o maior dom de todos: o de transformar a mim mesma, buscando ser uma pessoa melhor do que consegui ser até hoje.
Tem medo da morte? Por que teria? A morte é apenas uma viagem ao lado de uma senhorita muito fofa que já nos visitou ao nascermos. Por que tudo tem que ter um fim
Quem é seu personagem de ficção favorito? Sandman. Gosto dos enigmáticos, misteriosos, surpreendentes.
Qual defeito é mais fácil de perdoar? Com que direito alguém reclamaria o perdão de suas próprias faltas, se não perdoa as dos outros? Sem falar que em toda divergência, aquele que se mostra mais conciliador, que demonstra mais desinteresse e verdadeira grandeza da alma granjeará sempre a simpatia das pessoas imparciais. Perdoar é fundamental; é o maior ato de amor. É como fazer algo por alguém que fez de tudo para não merecê-lo.
Qual é o lema de sua vida? O amor não pertence ao mundo dos sonhos, amor pertence a desejo, e desejo é sempre cruel (Nada em Sandman: a casa de bonecas)
Qual sua maior extravagância? Gastar uma boa grana em livros
Qual sua viagem preferida? Quando consigo viajar dentro de mim
Se pudesse salvar apenas um objeto de um incêndio, qual seria? Minhas memórias de infância
Qual é o maior amor de sua vida? Meu filhote
Onde e quando foi mais feliz? Na infância
Qual é sua ocupação favorita? Ler.
Pensa em ter filhos? Sim.
Quantos? 1 ou 2 no máximo.
Um animal de estimação: Minha irmã.
Uma atividade física: Levantamento de livro.
Um esporte: Dormir é esporte?.
Um prato que sabe fazer: Ligar no disk pizza! Ferver água... não isso eu não sei fazer...
Uma comida que adora: Pizza!.
Uma invenção tecnológica sem a qual não vive: Internet
Gasta mais dinheiro com: Livros, comida, roupa, e transporte publicam (isso que dá não saber dirigir)
Uma inabilidade: Amarar cadarço
O que não faria em nome da vaidade? Nada que me faça esquecer o que sou..
Uma mania: Ler em momentos indevidos.
Uma saudade: Não sinto saudade, mas sim guardo boas lembranças dos grandes momentos de minha vida, quer tenham sido bons ou ruins; importa mesmo é que todos valeram a pena.
O primeiro beijo: Horrível?!.



Esse foi mais um meme gentilmente enviado pelo Guilherme, como sempre não irei passar para mais ninguém a maldição acaba aqui.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

[O Tempo]



Com o tempo, você vai perceber que para ser feliz com outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
É cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das con
tas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando você!

Mario Quintana


Depois de um meato indefinido, em que toda a minha inspiração foi roubada e consumida, pelos problemas e coisas do cotidiano cá estou eu novamente aqui, por mais que tudo mude existem coisas que sempre permanecem iguais...
Coisas como meu quase sempre inconstante humor, meus amores eternos que sempre morrem cedo demais. Nesse meio tempo fui capaz de perceber o quanto eu e prendo a círculos viciosos, historias que terminam sempre da mesma maneira.
Esse tempo, por mais breve que tenha sido me serviu para avaliar, coisa que eu também nunca tinha feito que não são os problemas que vem até mim, e sim eu que me jogo em cima dos problemas de cabeça. Perdi tempo demais procurando alguém, quando o certo seria eu querer alguém que estivesse procurando por mim.
Fiz demais coisas que não desejada, abri mão de muito por bobeira, não abri mão do que devia por medo. Estou me formando numa coisa que amo, mas não quero exercer, trabalho em uma coisa que eu nunca imaginei que faria e gosto.
No fim das contas estou a deriva sem saber o que verdadeiramente quero, ou o que irá acontecer, mas estupidamente feliz por saber exatamente o que não quero, então agora é arregaçar as mangas.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Amor Platônico
Legião Urbana


Eu sou apenas alguém
Ou ate mesmo ninguém
Talvez alguém invisível
Que a admira a distancia
Sem a menor esperança
De um dia tornar-me visível
E você?
Você é o motivo
Do meu amanhecer
E a minha angustia
Ao anoitecer
Você é o brinquedo caro
E eu a criança pobre
O menino solitário que quer ter o que não pode
Dono de um amor sublime
Mas culpado por quere-la
Como quem a olha na vitrine
Mas jamais poderá te-lá
Eu sei de todas as suas tristezas
E alegrias
Mas você nada sabes
Nem da minha fraqueza
Nem da minha covardia
Nem sequer que eu existo
E como um filme banal
Entre o figurante e a atriz principal
Meu papel era irrelevante
Para contracenar
No final
No final
No final

domingo, 28 de setembro de 2008

[Break The Night With Colour]

Muito tempo da minha vida foi gasto em velórios intermináveis, sofrendo por coisas que mais tarde não valiam ou não mereciam minhas lágrimas e meu luto. Amigos ausentes amores passados.

Levei tempo demais para chegar a essa conclusão, não vale a pena sofrer por quem não me ama. Por quem me rouba a solidão sem me dar nada em troca. Sangue, suor, lagrima e alma por muito pouco em troca.

Depois que descobri isso me sinto leve, sinto que não preciso mais sofre e posso continuar minha vida, e com isso perceber que existe mais gente interessante ao meu redor do que eu imaginava.

Amei poucos na minha vida, você certamente foi um desses poucos, só que continuar a velar esse amor não recebido, só faz me consumir mais e mais. Não quero ficar com a saudade enquanto você está com outro alguém. Com tudo isso nítido, viro a pagina dessa historia, não sei se mais dia ou menos dia, destino tropeça e deixa seu livro cair novamente nessas paginas.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008



Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia.

Nietzsche

[Strani Amori]

Strani Amori
Renato Russo


Mi dispiace devo andare via
Ma sapevo che era una bugia
Quanto tempo perso dietro a lui
Che promette e poi non cambia mai
Strani amori mettono nei guai
Ma, in realtà, siamo noi

E lo aspetti ad un telefono
Litigando che sai libero
con il cuore nel lo stomaco
Un gomitolo nell'angolo
Lì da solo, dentro un brivido
Ma perché lui non c'è

E sono strani amori che
Fanno crescere e sorridere
Fra le lacrime
Quante pagine lì da scrivere
Sogni e lividi da dividere
Sono amori che spesso a questa età
Si confondono dentro a quest'anima
Che si interroga senza decidere
Se è un amore che va per noi

E quante notte perse a piangere
Rileggendo quelle lettere
Che non riesci più a buttare via
Dal labirinto della nostalgia
Grandi amori che finiscono
Ma perché restano nel cuore

Strani amori che vanno e vengono
Nei pensieri che lì nascondono
Storie vere che ci appartengono
Ma si lasciano come noi

Strani amori fragili
Prigionieri, liberi
Strani amori mettono nei guai
Ma, in realtà, siamo noi

Strani amori fragili
Prigionieri, liberi
Strani amori che non sanno vivere
E si perdono dentro noi

Mi dispiace devo andare via
Questa volta l'ho promesso a me
Perché ho voglia di un amore vero
Senza te

terça-feira, 16 de setembro de 2008

[Coisas frágeis]

Pessoas se despedaçam tanta facilidade... Sonhos e corações também.

Basta tão pouco para se fazer outra pessoa em mil pedaços. Engraçado, me lembro de uma frase que minha avó costumava dizer, “O que entra pela boca não faz mal, mas o que sai dela mata”, tudo bem que não concordo plenamente com isso, já que se um copo de cicuta entrar pela sua boca, só irá te deixar ligeiramente morto, mas enfim não vem ao caso agora.

Mas sim o que sai da boca, destrói, despedaça, de forma muito mais cruel, mais dolorosa que a pior de todas as mortes, já que o que está morrendo são sonhos e alma, sobrando apenas um corpo, que sim realiza todas as tarefas cotidianas, mas está vazio.

Corações e almas são nossos maiores tesouros, mas estão sempre fadados a serem dados a outros. No caso do primeiro, o que geralmente é ofertado com muito mais freqüência, pode ser machucado, espremido, despedaçado, mas de uma forma ou de outra, de forma completa ou mesmo faltando alguns caquinhos, esse pode ser remendado.

Tratando-se de almas, nunca há opção, ela nos é tomada, arrebatada, conquistada. No meu caso, houve uma tentativa de negociação, um pedido, e por fim me dei conta de que não era mais minha, que ela clamava por seu novo dono, então não me restava nada além de entrega-la de bom grado.

E ela foi aceita, e poucas coisas poderiam ter me feito mais feliz... Mas não se pode ser feliz por muito tempo... Vamos imaginar que almas são esferas transparentes e ocas, do mais frágil cristal, preenchidas por uma substancia opaca fluida, nem liquida nem gasosa. Essas esferas também precisam de cuidados, não que seja fácil, mas nada que seja inatingível.

A esfera que acomodava minha alma foi arremessada violentamente contra a parede, se estilhaçando em infinitos cacos, o fluido volatilizou... É impossível remendar cristal. Acabou se, hoje eu tenho essa dor que me consome, um coração remendado, sonhos desfeitos e uma alma estilhaçada. Basta esperar que mais dia ou menos dia essa dor amenize ou eu me acostume com ela.

E novamente, pessoas se despedaçam com tanta fragilidade, sonhos e corações também.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

[Efeito magnético]

O efeito magnético é aquele que se manifesta pela criação de um campo magnético na região em torno da corrente. A existência de um campo magnético em determinada região pode ser comprovada com o uso de uma bússola: ocorrerá desvio de direção da agulha magnética. Este é o efeito mais importante da corrente elétrica, constituindo a base do funcionamento dos motores, transformadores, relés, etc.

Na vida não é diferente.

Quando existe a sinergia entre duas pessoas cria-se um campo magnético entre elas, qualquer movimento, por mais delicado que seja, nos leva para uma direção que pode ser apontada pela bússola.

O mais interessante é que quanto mais forte a sinergia, mais difícil desfazê-la, ou seja, passam dias, meses, anos e a corrente continua nos puxando para o campo.

Traçamos nossos caminhos, mudamos a direção, seguimos rotas diferentes, mas sempre existirá aquela bifurcação que acaba nos levando pra perto do pólo.

É inevitável, curioso.

Siga o curso natural, sua bússola sempre apontará para a direção certa, o caminho pode ser sinuoso mas te levará de encontro ao pólo que lhe puxa.

Essa é a roda da vida.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

[Ode a um coração partido]


O amor é uma coisa estranha não? É uma coisa que acontece sem você querer, sem você planejar, um dia de uma hora pra outra você tem um insight e se da conta de que aquela pessoa é “A Pessoa”, e que você já não é mais senhor das suas vontades e pensamentos.

E pensamentos geram palavras, e essas chegam na garganta e chegando ali sufocam... Necessitam serem ditas ou vomitadas, o que vier primeiro. Palavras ditas às vezes são ouvidas, e convencionalmente respondidas, e esse justamente é o ponto.

Apenas duas respostas são possíveis, E pode ser ou não o que gostaríamos de ouvir. E a partir daí sofremos, não só pelo amor alvo do nosso amor, mas também por saber que esse amor não é uma coisa possível. Ou se descobre que a outra parte também te ama, nada pode ser tão mágico quanto isso.

Tudo parece diferente, tudo ganha novas cores, novos sabores, até mesmo o tempo passa a correr de uma forma diferente, o mundo gira mais devagar. Somos felizes pelas coisas mais tolas, coisa que nos fazem lembrar da pessoa amada. O céu estrelado, encontrar gostos em comum, o som da voz, o cheiro do cigarro que ela fuma. A simples “presença”, mesmo que a quilômetros de distancia te deixa feliz, os mínimos defeitos são vistos como enormes qualidades... Passamos o dia preparando o coração, para aquela ínfima parcela de tempo dedicado àquela pessoa. Quanto mais a hora se aproxima, mais feliz nosso coração fica.

Não se pede nada em troca de um amor, nem mesmo paixão de volta, talvez apenas que esse seja recebido, nada além de uma chance de se provar que esse amor é uma coisa verdadeira e que pode sobreviver, mesmo com todas as dificuldades, mesmo com a distância, tudo é ofertado de bom agrado.

Mas às vezes de forma súbita descobre-se, que esse amor dedicado não pode mais ser recebido, a razão... Nenhuma razão pode ser boa o suficiente. Também de súbito é como se todas as estrelas do céu se apagassem. Quando antes nem a sua própria morte poderia acabar com a minha alegria, agora creio que nem mesmo a própria morte poderia dar fim a minha tristeza.

Me perdoe por te amar. Me perdoe por te dizer. Me perdoe por não poder esquecer. Mas ainda sim vou cumprir minha palavra.

terça-feira, 9 de setembro de 2008



“Ergamos um brinde aos amigos ausentes, amores perdidos, deuses antigos e à Estação das Brumas, e que cada um de nós sempre conceda ao diabo o seu quinhão”.

Ou no original, de Neil Gaiman, em Sandman:

“To absent friends, lost loves, old gods, and the season of mists; and may each and every one of us always give the devil his due.”

domingo, 7 de setembro de 2008

[Terceiro quadrante de Saturno]

São Sete anos para a infância, mais sete até a puberdade, sete para adolescência e irresponsabilidade, outros sete para a idade adulta, e aos vinte e nove o retorno de saturno.

Fui tanta e uma só nesses 21 anos. Fiz muitas escolhas erradas, já abdiquei de muito por quase nada, já quis morrer, já implorei para viver. Acreditei que tinha amigos quando na verdade estava num covil de cobras, e me imaginei sozinha, quando tinha ao meu redor os melhores amigos que qualquer um poderia ter.

Mas acho que tudo isso foi o que me tornou o que sou hoje, em um fluxo inconstante e incoerente de pensamentos, muito prazer sou Kelly Cristina, ou Liz para quem quiser.

Kelly vem do anglo-saxão donzela guerreira, Cristina do hebraico, aquela que foi ungida. Liz de uma marca de nascença nas costas e uma brincadeira bizarra. Nasci, morro e espero morrer em São Paulo. Sou de virgem, metódica e perfeccionista até não poder mais. Meu ascendente é leão, então eu adoro mandar nas pessoas. Minha Lua é em câncer, então não grita senão eu choro.

Hoje, uso salto alto, maquiagem e cabelo solto, descobri se eu quiser que alguém me ache bonita, tenho que acreditar nisso antes. Sinto falta de muita coisa, mas do colégio e das pessoas não, pedi muita gente que eu gostava, mas para depois me dar conta que se essas fossem minhas amigas verdadeiramente, teriam permanecido de alguma forma na minha vida.

Trabalho com uma coisa totalmente diferente do que eu estudo, mas mesmo assim adoro o que faço. Minha vida possui uma razão, de três anos e 98 cm, que se deixar passa o dia todo assistindo backyardigans e atende pelo nome de Eduardo.

A pessoa que hoje eu amo está a mais ou menos 300 km de mim e a ultima vez em que conversamos também furioso comigo, acho que devo desculpas... Ele é uma mais uma das peças que a vida pregou em mim, me fazendo querer alguém tão distante.

Tenho 6 vidas, uma eu joguei fora a mais ou menos dois anos. Eu não estou mais com medo. Finalmente entendi que estes que estão atravancando meu caminho passarão

Eu amo Neil Gaiman, Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu e Fernando Pessoa com seus heterônimos todos. Eu amo Los Hermanos... Eu gostava mais de ler quando preferia não pensar.

Hoje observo mais do que antes, mas penso antes de julgar. Não penso antes de agir. Como compulsivamente, mas faço Hap Ki do, mesmo faltando aos treinamentos como uma louca. Ouço coisas demais, falo demais, perco a voz e tenho sono.

Eu sou brega, sou clichê e ODEIO balada. Eu falo pelos cotovelos e isso tem nome, mas eu já esqueci qual é.

Tudo isso e um tanto muito maior e imensurável, então que venham os 21.

sábado, 6 de setembro de 2008



"Sou uma mulher madura,
que às vezes brinca de balanço,
Sou uma criança insegura,
que às vezes anda de salto alto."
- Martha Medeiros –


Estou perdida em um mundo cinza, tentando achar as cores da felicidade. Passo horas pensando, escarafunchando dentro de mim, tentando achar o momento exato em que as cores se foram...

Vivo tudo em uma intensidade acima do normal, quero demais e busco ainda mais. Não consigo levar a vida no mais ou menos, ou é tudo ou nada. Sei que isso é ruim, mas não consigo ser diferente preciso ter o copo transbordando pra me sentir inundada de felicidade. Um pouco cheio para mim é vazio...

Sim, cobro em demasia, mas tento me dar na mesma medida. Em alguns momentos, olho aqui dentro, neste espaço interno-confuso e vejo uma menininha carente, buscando carinho. Mas sempre da forma errada, enfiando os pés pelas mãos...

Digo à menina que trate de crescer, mas ela me olha, com o dedinho na boca dizendo:

- Quer ser adulta? Seja! Mas salto alto, para mim, só nas brincadeiras...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

[Deus, Darwin e o Dudu]

“Quando me pergunto se acredito em Deus, costumo responder: ‘acredito no Barbudão!’ E é verdade. Eu acredito muito em Charles Darwin, o Barbudão que bolou a ‘teoria da origem das espécies’, que ao contrário do que o nome leva a crer, não explica a origem das espécies, fato que continua a ser um dos maiores enigmas da ciência, mas explica bem a evolução das espécies pela seleção natural.
Normalmente, quem acredita no Barbudão da capela Sistina não acredita muito no Babudão do Beagle. E vice-versa. Quem diz que acredita nos dois ou não parou para pensar direito ou está com preguiça de entrar em discussões mais profundas a respeito do sentido da vida.
Mas se você agüentou esse papo cabeludo até aqui, deve estar pensando no sentido da vida.
Quem acredita no Barbudão de Aparecida do Norte acredita que existe uma entidade superior, que tudo fez e que, em seus elusivos propósitos, tudo justifica: a alegria e a desgraça, a vida e a morte, o Luftal e a cólica. Deus é o próprio sentido da vida> É a explicação para tudo, menos para os preços exorbitantes das fraldas descartáveis.
Quem acredita no outro Barbudão chupa o dedo? Leva uma vida vazia e inútil que vem do nada e para o nada retorna? Se não existe um propósito moral maior como o que nos oferece o Barbudão do andar de cima, não existe propósito algum?.
Ter um filho me ajudou a não sentir mais tanta vergonha de adotar a impopular posição de torcedora do Barbudão de Galápagos. Quando olhei o Eduardo pela primeira vez, eu tive uma visão. Nessa visão percebi o quanto faço arte dos meus pais. E meus pais fazem parte dos meus avós. E meus avós dos meus bisavôs, numa cadeia reversa que nos que nos leva até o momento em que éramos todos apenas, um brilho nos olhos de uma cadeia de ácido desoxirribonucléico.
Foi isso que meu filho me disse quando veio ao mundo. Ele me falou que somos todos uma coisa só. Todas as coisas vivas. A conta é simples. As chances matemáticas de não termos nascido seres vivos, eu e ele, tendem ao infinito. Afinal, a maioria da matéria do universo não está viva. As chances que teríamos sido partículas de gás, por exemplo, eram infinitamente maiores. As chances matemáticas de que, além de sermos seres vivos, seria de um determinado e raro tipo de ser vivo que tem consciência de que está vivo (ao contrário do Plâncton ou dos deputados, por exemplo) tendem mais ao infinito ainda.
E, finalmente, as chances matemáticas de nos encontrarmos, vivos, aqui e agora, neste ponto do tempo no universo, e unidos pelo amor, é o tipo de matemática que só quem acredita no Barbudão do Céu é capaz de entender. O que pega muito mal para uma mina que faz biologia e que acredita no Barbudão da ciência com eu.
A conclusão que eu chego é a seguinte: não importa o Barbudão que você esteja seguindo, o sentido da vida é justamente respeitar, amar, e preservar a vida, Cem por cento dos Barbudões concordam que a vida é a coisa mais preciosa do universo.
Mas que provou isso não foi nenhum Barbudão, foi um cara que nasceu careca.”

sexta-feira, 29 de agosto de 2008



Hoje eu vou encostar a cabeça no travesseiro e entregar meus sonhos pra você, meu bem.
Faça um bom proveito, cuide deles com carinho, tenha cuidado e os mantenha na temperatura ideal, eles são perecíveis.
Vão durar só até quando você enjoar de ser dono deles.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

"Você já esteve apaixonado? Horrivel não é? Te deixa vulnerável.
Te abre o peito e te abre o coração e quer dizer que alguém pode entrar em você e te detonar por dentro.
Você constrói todas essas defesas.
Constrói uma armadura completa, e por anos nada pode te machucar, aí­ uma pessoa estúpida, nada diferente de qualquer outra pessoa estúpida caminha para dentro da sua vida estúpida… Você dá a essa pessoa um pedaço de você.
Essa pessoa não pediu por isso.
Essa pessoa fez algo besta um dia, como te beijar ou sorrir para você, e aí a sua vida não é mais sua.
O amor toma reféns. O amor entra em você.
Te come por dentro e te deixa chorando na escuridão, e frases simples como “talvez devêssemos ser apenas amigos” ou “nossa, que perspicaz” se transformam em farpas de vidro movendo-se para dentro do seu coração.
Dói. Não apenas na imaginação. Não apenas na mente.
É uma dor na alma, uma dor no corpo, uma dor do tipo que-entra-em-você-e-te-arrebenta. Nada deveria ser capaz de fazer isso.
Especialmente o amor.
Eu odeio o amor"

Neil Gaiman, Personagem Rose Walker in The Sandman #65



Sei que já postei isso a uma outra vez, mas acho que nunca me foi tão verdadeiro... Não sei se irá ler meu caro. Mas de qualquer forma foi para você, essa sacerdotisa vai sentir falta do seu oráculo.

domingo, 17 de agosto de 2008

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Pablo Neruda

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

[Só um desabafo...]

Quando eu lhe dizia me apaixono todo dia, é sempre a pessoa errada...

Acho que a minha maior “virtude” (rs*) é sempre me apaixonar pela pessoa errada, de uma forma ou de outra, sempre a pessoa errada.

Os que realmente não prestam e mentem para mim. Os problemáticos. Os que nem sabem da minha existência. Caras com namorada e afins.

Não sou, nunca fui, la female fatale, mas gostaria de ser mais do que sempre a a inteligente,bonita e com personalidade, (poxa, uma uma mina que joga rpg, videogame, entende de HQ) mas que apenas serve como uma boa amiga

Mas chega se a um ponto em que a autoestima é dilacerada com as comparações absurdas, como será que se eu fosse a mulata exuberante, ou a loira burra e gostosa eu estaria mais próxima de encontrar a outra metade, será???

Todas perspectivas doem, o saber que o que sou não é adimirado, por estar fora de qualquer padrão, gorda demais, magra demais, alta demais baixa demais, quanto saber que para me tornar "o que se deseja" são necessárias mudanças, em um momento em que se está feliz com o que se é, em um momento que não se está disposta a mudar.

Dói saber que não se é o querido de ninguém, que você não povoa os sonhos de mortal algum, dói saber que eu ainda desperdiço meu tempo tentado me apaixonar, procurando por amor... Mesmo sabendo que no final, mais uma vez vou acabar novamente dilacerada, e em quanto todo mundo ganhar alguma coisa eu irei ganhar mais uma pedra.

sábado, 9 de agosto de 2008

domingo, 3 de agosto de 2008

Se há o fim, que se deixem romper
as barreiras contidas entre os véus,
que se cravam qual navalhas em golpes,
nas feridas esquecidas do adeus.

“Is chorar das flores as pobres
que se partem em teus dedos?
Choras também então aquelas
que sofrem por teus segredos.”

Ah, que eu sempre busquei o erro!
Sem pensar me atiro as desgraças.
Masco pedras sujas para quebrar os dentes
e busco a dor pra calar estas mágoas.

“Se te fiz mal mais mal me fiz
e se permitires farei ainda mais.
O que esperar além disso daquele
que rema ao fundo do vil e voraz?”

Não há o que faça entender,
o que se escreve na escura névoa nos sonhos,
em que meninas cercadas de anjos
sempre abraçam o mal dos demônios

domingo, 27 de julho de 2008

[That's How People Grow Up]



É assim que as pessoas crescem, sofremos choramos por coisas que em um futuro não tão distante não fazem mais sentidos.

Num momento súbito, mágico de epifania nos damos conta de que desperdiçamos tanto tempo procurando um amor, tentado nos apaixonar, quando na verdade o amo não foi feito para todos. O amor foi feita para uma minoria eleita, a qual diga se de passagem eu tenho duvidas de pertencer.

Mais uma vez eu retorno das profundezas do inferno a alma maculada e o coração mais uma vez cicatrizado, diga se de passagem, acredito eu verdadeiramente livre dos meus fantasmas.

Continuo meu caminho agora em paz. Certamente eu mais dia ou menos dia, a voltar desperdiçar meu tempo tentando me apaixonar novamente, ate novamente eu me ferir, mas há coisas piores na vida

O momento agora é de curtir o novo emprego, me acostumar com as mudanças que aconteceram - agora eu ando de salto alto, uso maquiagem, e soltei o cabelo. Esperar pelas mudanças que ainda virão, e torcer para que a vida traga um novo amor

É assim que as pessoas crescem.
That's How People Grow Up – Tradução
Morrissey

Eu estava desperdiçando meu tempo
Tentando me apaixonar
A decepção veio até mim e
Me chutou
Me encheu de hematomas e
Me feriu

Mas é assim que as pessoas crescem
É assim que as pessoas crescem

Eu estava desperdiçando meu tempo
Procurando por amor
Alguém deve olhar para mim
E ver que há alguém dos seus sonhos

Eu estava desperdiçando meu tempo
Esperando por amor
Pelo amor que nunca vem
De alguém que não existe

É assim que as pessoas crescem
É assim que as pessoas crescem

Me deixe viver
Antes que eu morra
Oh, eu não, a mim não

Eu estava desperdiçando minha vida
Pensando o tempo todo sobre mim mesmo
Alguém em seu leito de morte disse:
"Existem outros infortúnios também"

Eu estava dirigindo meu carro
Eu bati e quebrei minha coluna
Então, sim, há coisas piores na vida
Do que nunca ser o querido de alguém

É assim que as pessoas crescem
É assim que as pessoas crescem

Quanto a mim, tudo bem
Por enquanto, de qualquer maneira

terça-feira, 15 de julho de 2008

[Ode ao caos]

Depois de laboriosa reflexão, diz Zeus:
“Acho que tenho um meio de fazer com que os homens possam existir, mas parem com a intemperança, tornados mais fracos. Agora com efeito,continuou, eu os cortarei a cada um em dois, e ao mesmo tempo eles serão mais fracos e também mais úteis para nós, pelo fato de se terem tomado mais numerosos; e andarão eretos, sobre duas pernas.
Se ainda pensarem em arrogância e não quiserem acomodar-se, de novo, disse ele, eu os cortarei em dois, e assim sobre uma só perna eles andarão, saltitando.”

Logo que o disse pôs-se a contar os homens em dois, como os que cortam as sorvas para a conserva, ou como os que cortam ovos com cabelo; a cada um que cortava mandava Apolo voltar-lhe o rosto e a banda do pescoço para o lado do corte, a fim de que, contemplando a própria mutilação, fosse mais moderado o homem, e quanto ao mais ele também mandava curar.

Apolo torcia-lhes o rosto, e repuxando a pele de todos os lados para o que agora se chama o ventre, como as bolsas que se entrouxam, ele fazia uma só abertura e ligava-a firmemente no meio do ventre, que é o que chamam umbigo.

As outras pregas, numerosas, ele se pôs a polir, e a articular os peitos, com um instrumento semelhante ao dos sapateiros quando estão polindo na forma as pregas dos sapatos; umas poucas ele deixou, as que estão à volta do próprio ventre e do umbigo, para lembrança da antiga condição.

Por conseguinte, desde que a nossa natureza se mutilou em duas, ansiava cada um por sua própria metade e a ela se unia, e envolvendo-se com as mãos e enlaçando-se um ao
outro, no ardor de se confundirem, morriam de fome e de inércia em geral, por nada quererem fazer longe um do outro. E sempre que morria uma das metades e a outra ficava, a que ficava procurava outra e com ela se enlaçava, quer se encontrasse com a metade do todo que era mulher - o que agora chamamos mulher — quer com a de um homem; e assim iam-se destruindo. Tomado de compaixão, Zeus consegue outro expediente, e lhes muda o sexo para a frente - pois até então eles o tinham para fora, e geravam e
reproduziam não um no outro, mas na terra, como as cigarras; pondo assim o sexo na frente deles fez com que através dele se processasse a geração um no outro, o macho na fêmea, pelo seguinte, para que no enlace, se fosse um homem a encontrar uma mulher, que ao mesmo tempo gerassem e se fosse constituindo a raça, mas se fosse um homem com um homem, que pelo menos houvesse saciedade em seu convívio e pudessem repousar, voltar ao trabalho e ocupar-se do resto da vida.

E então de há tanto tempo que o amor de um pelo outro está implantado nos homens, restaurador da nossa antiga natureza, em sua tentativa de fazer um só de dois e de curar a natureza humana. Cada um de nós portanto é uma téssera complementar de um homem, porque cortado como os linguados, de um só em dois; e procura então cada um o seu próprio complemento.

terça-feira, 8 de julho de 2008

"Ser rico é quem não cobiça;
Ser livre é quem não odeia.
Ser sábio é quem não se cega;
Ser abençoado é quem nada anseia"
Venerável mestre Hsing Yün

terça-feira, 24 de junho de 2008

[Aos amores passados...]

Todo o tempo perdido em divagações, sobre meus amores perdidos no tempo e espaço. De uma paixão devastadora, ao que eu sinceramente acreditei ser um amor morto, nada além de uma vaga lembrança.

Para depois de tanto tempo esse amor voltar não a bater na porta, mas a arrombá-la com um belo Timio Yop Tchagui , voltar a me consumir e a me fazer sofrer, será porque no entretanto não apareceu ninguém que me tocasse? Ou será porque esse é que é o “Amor” (dito amor da vida)? Ou será porque não consegui me desprender do passado? Talvez seja apenas para confirmar que afinal não estava terminado?

Tremo de pensar que isso voltou a acontecer, porque amei tanto quanto sofri! Ainda tenho presente em mim (quando perco alguns minutos pensando no passado) o que me custou e a desilusão que foi, esperei ansiosamente pelo momento em que aquela dor me passa-se cheguei até a questionar se tal dor alguma vez iria passar. Até consegui me apaixonar depois, infelizmente não passaram de paixões.

Uma coisa é certa para eu voltar a ter este pensamento quer dizer que ainda não está totalmente enterrado, apenas tem uma leve camada de areia por cima, ou talvez seja somente lembrança do passado, mas quero acreditar que ao longo do tempo essa camada de areia vai crescendo e que um dia, mais tarde quem sabe, possamos ser amigos e que eu possa desculpar ou esquecer… Duvido que consiga desculpar e esquecer, mas acredito que uma das duas devo de conseguir…

terça-feira, 3 de junho de 2008

[Tabacaria]

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.

A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.

Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim…
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.

Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.

Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.

Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.

Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.

Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.

Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.

A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,

Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)

Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Fernado Pessoa - Álvaro de Campos

quarta-feira, 28 de maio de 2008

[O bom combate]



A brisa trás novamente o cheiro de sangue, suor e lagrimas, novamente é hora do combate. Eu sei que sempre há a possibilidade de se ferir muito, ou ate morrer que seja a morte física ou mais uma morte para o meu coração, mas ainda sim estou disposta a isso mais uma vez.
Chegou a hora buscar i que eu realmente quero, ouvir um pouco mais meus instintos, que dizem que essa é a hora de lutar novamente, já que agora eu estou muito mais sabia, muito mais madura do que antes, não tenho a certeza da vitória, mas sei que vale a pena a luta.
No fim, tudo é mudança, mais uma vez eu sinto a necessidade de mudar, um novo começo uma nova vida, já que não adianta mais eu continuar a me apegar a certas coisas sem futuro como eu tenho feito agora, por que desistir de tudo aquilo que eu sempre quis, com que um dia eu sempre sonhei?
Bem se foram as horas de crescer e amadurecer, agora é a hora de correr atrás dos meus sonhos.

terça-feira, 27 de maio de 2008

domingo, 18 de maio de 2008

[ I don't believe in a thing call love]

Adoraria sinceramente saber qual a causa razão motivo ou circunstancia que sempre me leva me apaixonar me iludir e me machucar, sempre. Como se eu nunca tivesse direito ao meu happy ending.
Tenho uma enorme dificuldade em me entregar verdadeiramente, em confiar plenamente na outra parte, mas isso não quer dizer que eu não ame. E como sempre, mais uma vez de novo, vejo aquilo que um dia foi um coração mais uma vez se vê quebrado em mim pedaço.
Passei minha adolescência inteira brigando com o que eu era, não conseguia me aceitar da forma que era, me frustrava e sofria, não conseguia muda, novamente me frustrava e sofria, não conseguia corresponder as expectativas alheias, e sofria.
Acho que todas as pessoas que pseudo-apaixonaram por mim, quando na verdade o que se desejava era a idéia feita de mim, que nunca correspondia a verdade, eu sempre poderia ser, mais inteligente, mais burra, mais gostosa, mas bonita, mais otimista, nunca ninguém se apaixonou por essa que vos fala. Sempre algo a ser mudado.
Depois de muitos e muitos anos, e eu conseguindo gostar e me aceitar do jeito que estou, quando eu tenho a certeza de que estou bem comigo, ainda sim se apaixonam pela idéia que se faz de mim não pelo que sou.
Dói, mas uma dor dilacerante, saber que não tem ninguém disposto a te amar da forma que se é, da forma que eu sou, sem cobrança pra que eu mude. Dói saber que só posso ser amada se eu for uma acéfala, se eu me dispuser a me desfazer dos meus sonhos, das minha convicções e ambições, pra me encaixar nos sonhos de outro de esposa, mãe dos filhos e submissa.
Já deveria ter me dado conta de que o mundo não foi feito pra mim, já deveria ter me conformado que meu caminho é solitário.
O que fazer agora??? Não sei, juntar novamente os cacos do meu coração novamente feito em mil pedaços, vestir minha super-armadura invulnerável, e torcer pra que um dia alguém se apaixone, por mim pelo que eu sou, não pela idéia de que eu possa me encaixar em sonhos alheios, mas alguém que aceite e queria ser meu companheiro.
Sinceramente eu não queria ter me enganado dessa vez....

sábado, 3 de maio de 2008

[Amor Platônico]


Não sei se estou errando agora, mas tenho certeza de que errei no passado, errei por inúmeras razões, também sei que estou fazendo outra pessoa sangrar, sei que não são desculpas o que eu lhe devo muito menos você a mim, na verdade eu não sei o que dizer, acho que não há nada a ser dito além de eu não queria te machucar.

Era você quem estava ao meu lado o tempo todo, sempre ali pra chorar comigo, oferecer o bom ombro, rir comigo, comemorar minhas vitórias, torcer por mim. Você sabe de todas as minhas tristezas e alegrias Era você quem estava sempre ali e eu não vi.

Agora me vejo aqui, e não sei o que é mais doloroso, por tanto tempo não ter percebido que era eu o alvo dos seus sentimentos, por não ter me dado conta de que era eu a tua flor azul, motivo do teu amanhecer e a tua angustia ao anoitecer, ou a dor de que, por sorte ou revés, hoje quando você me abre o coração e confessa seus sentimentos eu não poder retribuir.

Dói saber que por tanto tempo você esteve ao meu lado e me amou em silêncio, dói saber que você era o dono de um amor sublime, mas culpado por me querer como quem a olha na vitrine, dói saber que você se achava alguém invisível, que me admirava a distancia sem a menor esperança de um dia tornar-se visível, quando na verdade eu te enxergava.

O que resta fazer, acho que mais nada só esperar que o tempo se encarregue de colocar as coisas nos seus devidos lugares, mas de uma única coisa eu tenho certeza, é que teu papel nunca foi irrelevante, como entre o figurante e a atriz principal.

Você nunca foi o menino solitário querendo o que não poderia ter, eu nunca fui o brinquedo caro e você nunca foi a criança pobre, o que aconteceu então? Aconteceu que nossos caminhos não se cruzaram, mas mesmo assim não deixaram de serem caminhos comuns, quem sabe num outro dia, numa outra estação.

quarta-feira, 30 de abril de 2008


You are The High Priestess


Science, Wisdom, Knowledge, Education.


The High Priestess is the card of knowledge, instinctual, supernatural, secret knowledge. She holds scrolls of arcane information that she might, or might not reveal to you. The moon crown on her head as well as the crescent by her foot indicates her willingness to illuminate what you otherwise might not see, reveal the secrets you need to know. The High Priestess is also associated with the moon however and can also indicate change or fluxuation, particularily when it comes to your moods.


What Tarot Card are You?
Take the Test to Find Out.

domingo, 27 de abril de 2008

[Sobre meus amigos]

Sempre tive o péssimo habito de me enganar com as pessoas confiar em não devia, fazer muito(não que eu faça algo esperando recompensa) e quando precisei a única coisa que tive foram grandes desilusões. Já havia me habituado a essas amizades descartáveis, até que um dia, vá saber o porque, eu surtei e decidi que não precisava mais de amigos, e assim passei muito tempo apenas com as minhas “amizades convenientes”.

Precisei conhecer o inferno pra me dar conta que tinha amigos, pessoas que eu conhecia a muito tempo, mas não imaginava que me estenderiam a mão, que me ofereceriam o ombro pra chorar. Eu odeio dar “nome aos bois” quando escrevo aqui, mas hoje sinto necessidade de falar sobre essa pouquíssimas pessoas tão especiais na minha vida, necessitava falar sobre meus amigo.

A pessoa, que merece todos os prêmios Nobel , existentes e mais alguns que eu precisaria inventar, só por agüentar minhas crises por telefone, e ainda por cima me fazer rir das desgraças, que se mostrou a melhor amiga que eu poderia querer quando eu mais precisei, tudo bem que a Ligia esqueceu de mim, (na verdade Ela me odeia quer que eu morra *dramatic mode on*)mas mesmo assim eu te amo minha querida. Jordan o padrinho desnaturado a quem eu amo, por nunca ter me apontado o dedo pra dizer que eu estava certa ou errada, e com quem eu sei que posso contar nos melhores e piores momentos.Esse dois eu conheço a séculos mas só me dei conta de que eram meus amigos de verdade a pouco mais de três anos.

André Luis dispensa qualquer comentário, por muito tempo ele foi meu anjo, quem cuidou de mim quando nem eu sabia que precisava de cuidado, o cara que me apresentou as coisa boas da vida, o RPG, a boa música os bons livros a literatura fantástica, na verdade devo muito do que sou hoje devo a ele.

Meus amigos não são feitos apenas pessoas que eu descobri serem minhas amigas, mas também de pessoas que eu conheci por puro capricho da vida, em suas mil voltas, e a quem hoje eu considero como irmãos, Rafaela, a pessoa mais fofa e mais maternal que eu já conheci. Anderson, a quem eu realmente admiro a franqueza, tudo bem que as vezes eu sou uma intrometida e fico dando conselhos bizarros, mas que são muito bons, já que seu ouvisse meus próprios conselhos não iria me ferrar tanto quanto me ferro.

A pessoa que mais tem me agüentado nesses últimos tempo, com quem eu divido os trabalhos da facul, os meus problemas e de quem sempre eu ouço uma boa Idea um bom conselho, que esta sempre disposta a me ajudar Inajara, e olha que quando eu entrei no curso eu num ia muito com a cara dele, por que a achava mandona e autoritária, idéia totalmente equivocada.

E o Luiz Fabrício, o mocinho bonitinho com carinha de bebezinho, a pessoa que me provou que existe sim vida inteligente e gente que vale a pena conversar no Orkut, eu nunca ouvi a voz dele, mas o considero meu irmão mais novo, e de quem eu vou ser madrinha de casamento e dos três filhos dele.

Eu conheço muita gente, mas a poucos eu chamo verdadeiramente de amigo, por quem eu daria o sangue, sem êxitar por um instante, alguns maus e inconseqüentes, mas verdadeiramente corajosos e fiéis.

Também sei que esqueci de algumas pessoas, mas tenho certeza de que serei perdoada, só não espero não ter esquecido da fada malvada, porque ela poderia me lançar um feitiço eu furar meu dedo numa roca (alguém já viu uma roca???) e dormir por 100 anos, até que um príncipe encantado viesse me despertar com um beijo apaixonado (¬¬)...não acho que essa é outra historia não a minha.

sábado, 19 de abril de 2008

O Presente é Instável...

Nome: Kelly Cristina
Data de nascimento:09 de setembro de 1987.
Idade: 20
Local: São Paulo, SP,
Signo: Virgem *ascendente em leão, Lua em Câncer. Sim, sou difi­cil mesmo.*
Altura: 1m e 70cm.
Peso: não importa!
Cor dos olhos: Castanhos, quase pretos
Cor do cabelo: Castanho muito escuro
Seriados de TV favoritos: Heroes, CSI e mais aquele monte de séries "nerd"
Filmes favoritos: Sociedade dos poetas morto
Feriado favorito: Não gosto muito de feriados, nada tá aberto e minha casa tá sempre chata.
Feriado q detesta: Natal e Ano Novo... dá um sentimento de fim, perda... argh!
Cor favorita: Roxo, Preto e azul
A pessoa + doida q vc conhece: Acho que só conheço gente louca...
Uma pessoa completamente idiota: Não falo nada...
Se pudesse encontrar uma pessoa no mundo, quem seria? Não sei... acho que ninguém.
Se pudesse encontrar uma pessoa que morreu, quem seria? Também acho que ninguem, os mortos precisam descançar
O homem mais lindo do mundo: ah essa é facil!... Edu

O Passado é Imutável...

O pior acontecimento de sua infância: Um sonho que eu tive de estar sendo abandonada pela minha mãe. Sim, de concreto, nada que seja muito grave não.
A música da sua infância: Será da Legião.... por motivo nenhum, pq eu cantava sem saber cantar.
A música da sua adolescência: um monte delas não dá pra citar uma só...
O pior acontecimento de sua adolescência: Mudar de vida, amadurecer muito rapido.
O melhor acontecimento da sua infância: Nada de especial também, os meus 6 anos foram os melhores.
O melhor acontecimento da sua adolescência: Conhecer o RPG, se alguém lembrar de mais alguma coisa, please, me avise.
Se vc pudesse voltar no tempo, o que faria? Bom, até tem uma coisinha, mas como eu espero muito resolver essa coisinha, digo que não mudaria nada.

O Futuro Está Sempre Nas Sombras...

Como vc se vê em 10 anos: Pós-graduada, talvez casada, talvez com flihos.
Nomes dos futuros filhos: Guilherme, Paulo Eduardo, ou Marco Antôno
Nomes das futuras filhas: Valentina ou Sofia.
Qual seria sua profissão: Bióloga
Homem dos seus sonhos: Não preciso sonhar.
Onde vc se casaria? Num lugar com muitas árvores.
Vc dorme c/ bichinho de pelúcia? Nep. * o que tem a ver com o futuro, isso?!*
Se pudesse mudar seu penteado, qual seria: Eu só queria conseguir fazer ele abaixar. Não precisava nem se definir entre liso ou cacheado, preto ou castanho, curto ou comprido, com franja ou sem. Essas coisas não me incomodam.
Numa escala de 1-10 (1 + baixo) qual seu nível de romantismo? 7
Tatuagens ou piercings? tatuagem.. mas morro de medo e agulhas.
O que há nas paredes de seu quarto? alguns quadros que eu sinceramente me pergunto o que estão fazendo ali.

È mais uma corrente maldita de blog que termina comigo ok?

quarta-feira, 9 de abril de 2008

[Encontros e despedidas]

Algumas coisas são engraçadas, por mais que você não as alimente elas vão crescendo e crescendo aos poucos mas continuamente. Eu já cansei de dizer, de escrever aqui, que não acredito no amor, e realmente não acredito mesmo, naquela coisa de se doar, corpo, alma e coração a outrem, pra mim amor é respeito e amizade. Pra mim é a isso que se dá o nome de amor.
Tá mas então o que torna aquela pessoa num ser único, em alguém diferente dos milhões de amigos que já se tem ( tá milhões é exagero, então vamos falar daqueles nem 10 a quem eu chamo de amigos). O que te faz sentir as famosas, e que eu quase jurei inexistentes, borboletas no estômago. O que te faz ansiar por aquelas ínfimas horas que se passa juntos e que torna a idéia de despedida uma dor dilacerante.
Por que cada,"Tchau, vai com cuidado, me manda uma mensagem quando chegar" dói mais do que o anterior. cada "quando eu vou te ver novamente?" parece um espaço de tempo quase inconcebível de tão distante, mesmo que esse novamente seja, daqui um mês. por que a cada despedida, mais difícil se torna conter as lágrimas e o grito de "não volta, fica aqui comigo", mas que você nacionalmente o contém antes que esse seja verbalizado.

É por isso que eu odeio amor, faz com que você se sinta da forma mais patética do mundo, te faz agir da forma mais patética do mundo e por mais que eu tente matá-lo de fome, ele permanece ali, se alimentando de não sei o que, mas ao mesmo tempo dando combustível aos meus delírios e devaneios românticos.

Onde eu vou parar com esse novo-velho sentimento não faço idéia, mas se for para ver meu coração de pedra em mil pedaços, que assim seja.

segunda-feira, 31 de março de 2008



Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia.

Nietzsche

domingo, 30 de março de 2008

Se os deuses existem, Afrodite novamente brinca com meu coração. Me envia um amor no momento que toda a minha armadura esta vestida e minhas a barreiras estão armadas.

Me manda um amor tão perfeito tão platônico, que me assusta, o que conseqüentemente me faz reagir da pior forma o possível.Eu magôo, machuco quem, amo e isso por menos que eu queira é inevitável, deixo respingar, a lama que sob muitos aspectos anda minha vida.

O medo de me entregar mais uma vez e novamente me iludir me magoar, quando na verdade só o que se quer gritar é eu te amo.

Esse poste não tem a pretensão de ser muito longo, já que o que eu pretendo dizer pode ser dito em poucas linhas.

Desculpe-me se parece que eu não correspondo teus sentimentos, mas essa sou eu tentando me desfazer das minhas armaduras, mas de uma coisa hoje, você pode ter certeza, estar com você é o que eu mais quero, é o que mais almejo, sabe aqueles sonhos bobos de ter uma família pra quem voltar a noite, são culpa sua....

terça-feira, 18 de março de 2008

[Amor...]

Você já amou?
Horrível, não?
Você fica tão vulnerável. O peito se abre e o coração também. Desse jeito qualquer um pode entrar e bagunçar tudo.
Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, pra que nada possa te causar mal.
Aí, uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outra, entra em sua vida idiota.
Você dá a essa pessoa um pedaço seu. E ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa idiota como beijar você ou sorrir e, de repente, sua vida não lhe pertence mais.
O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e te deixa chorando no escuro.
Por isso, uma simples frase como "talvez a gente devesse ser apenas amigos" ou "muito perspicaz" vira estilhaços de vidro rasgando seu coração.
Dói. Não só na imaginação ou na mente.
É uma dor na alma, no corpo, uma verdadeira dor que entra-em-você-e-destroça-por-dentro. Nada devia ser assim. Principalmente amor.
Odeio amor.

(Neil Gaiman- Entes Queridos, em The Sandman 65)