segunda-feira, 31 de março de 2008



Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia.

Nietzsche

domingo, 30 de março de 2008

Se os deuses existem, Afrodite novamente brinca com meu coração. Me envia um amor no momento que toda a minha armadura esta vestida e minhas a barreiras estão armadas.

Me manda um amor tão perfeito tão platônico, que me assusta, o que conseqüentemente me faz reagir da pior forma o possível.Eu magôo, machuco quem, amo e isso por menos que eu queira é inevitável, deixo respingar, a lama que sob muitos aspectos anda minha vida.

O medo de me entregar mais uma vez e novamente me iludir me magoar, quando na verdade só o que se quer gritar é eu te amo.

Esse poste não tem a pretensão de ser muito longo, já que o que eu pretendo dizer pode ser dito em poucas linhas.

Desculpe-me se parece que eu não correspondo teus sentimentos, mas essa sou eu tentando me desfazer das minhas armaduras, mas de uma coisa hoje, você pode ter certeza, estar com você é o que eu mais quero, é o que mais almejo, sabe aqueles sonhos bobos de ter uma família pra quem voltar a noite, são culpa sua....

terça-feira, 18 de março de 2008

[Amor...]

Você já amou?
Horrível, não?
Você fica tão vulnerável. O peito se abre e o coração também. Desse jeito qualquer um pode entrar e bagunçar tudo.
Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, pra que nada possa te causar mal.
Aí, uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outra, entra em sua vida idiota.
Você dá a essa pessoa um pedaço seu. E ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa idiota como beijar você ou sorrir e, de repente, sua vida não lhe pertence mais.
O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e te deixa chorando no escuro.
Por isso, uma simples frase como "talvez a gente devesse ser apenas amigos" ou "muito perspicaz" vira estilhaços de vidro rasgando seu coração.
Dói. Não só na imaginação ou na mente.
É uma dor na alma, no corpo, uma verdadeira dor que entra-em-você-e-destroça-por-dentro. Nada devia ser assim. Principalmente amor.
Odeio amor.

(Neil Gaiman- Entes Queridos, em The Sandman 65)

quarta-feira, 12 de março de 2008

[A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega. No momento em que eu queria ver]

Eu sempre tentei ser o mais racional, ponderada, até mesmo fria o possivel. Tudo sempre pelo ponto de vista da razão, claro. Mas por uma coisinha aqui e outra ali, que juntas se tornam uma coisa grande, me dou conta de que não posso controlar o mundo, não possos controlar nem ao menos o que sinto.
Naquele ultimo segundo que antecedeu o primeiro beijo, que no meio de tanta insegurança e indecisão, vi claramente, o quanto ansiava por aquilo. Com isso me dei conta do quanto algumas coisa simplesmente acontecem, sem serem planejadas, sem serem desejadas.
Acho que não existe coisa pior, ao menos no meu mundinho roxo e cheio de estrelinhas, do que eu me dar conta do quanto uma outra pessoa o pode tornar tudp tão fraco e vulnerável.
Outra coisa que eu também odeio, ou melhor a coisa que eu mais odeio na vida, é me mostrar fragil, sentimental diante de outro, já que de uma forma ou de outra isso é o mesmo que implorar de joelhos para estar vulneravel ao caprichos de outra pessoa. Mas levando em consideração que já esta muito tarde o sono bate, e se amanhã ou depois eu me dar conta de que não deveria ter feito isso, basta usar Lord Morpheus como desculpa.
Mas o que realmente me impulsiona a escrever essas linhas é a certeza de que eu não vou conseguir que essas se tornem de conheceimento da pessoa em questão se não for dessa forma.
Sempre tive uma dificuldade enorme com sentimentos emoções, então por comodismo ou seja lá o que for, amputei o que um dia chameu de meu coração, assim era mais facil viver, amando alguns poucos e não esperando amor nem nada em troca.
Dai aparecem pessoas que após viajar mais de 300 km pra ver a minha insignificante pessoa, e pra completar lhe dizem, aquela frase de 5 letras que se espera as vezes uma vida toda para se ouvir, e eu... sou a pessoa mais fria e mais seca existente no mundo todo, e torna um momento que deveria ser unico, em um simples evento de suposições, quando na verdade não é assim que esses sentimentos se passam.
No fim das contas pra não me estende muito alem do que eu já fiz, o que eu queria dizer , por maior que seja minha dificuldade em demonstrar o que sinto, só queria que voce soubesse, por hoje (e só posso falar por hoje) eu tenho a certeza de que voce é tudo aquiloq ue me faltava, mesmo acordando cedo de uma noite sem sal e longe de voce, sentindo o gosto azedo de uma vida doce e amarga no final, e mesmo que nosso final seja amargo hoje por estar a teu lado, faz tudo valer a pena.

domingo, 2 de março de 2008

[Condicional]

Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo céu
Fiz de tudo cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios
E quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar
Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem
Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios
Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo o lugar
Li em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso
Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
E alguma coisa a gente tem que amar
Mas o que, não sei mais
Os dias que eu me vejo só são dias
Que eu me encontro mais e mesmo assim
Eu sei também existe alguém pra me libertar

[Condicional][Los Hermanos]

sábado, 1 de março de 2008

[A menina dos fósforos]

Estava muito frio, a neve caía e já estava começando a escurecer. Era a noite do último dia do ano. Uma menina descalça e sem agasalho andava pelas ruas, no frio e no escuro. Quando atravessou correndo para fugir dos carros, a menina perdeu os chinelos que tinham sido da mãe e eram grandes demais. Um ela não achou mais e um garoto levou o outro, dizendo que ia usar como berço quando tivesse um filho.
A menina já estava com os pés roxos de frio. Tinha um pacotinho de fósforos na mão e outro no avental velho. Naquele dia não tinha conseguido vender nada e estava sem um tostão. Com frio e com fome, ela andava pelas ruas morrendo de medo. A neve caía no cabelo cacheado, mas ela não podia pensar nem no cabelo nem no frio. As casas estavam iluminadas e havia por toda parte um cheirinho gostoso de assado de ano novo. Era nisso que ela pensava.
Num cantinho entre duas casas, ela se encolheu toda, mas continuava sentindo muito frio. Voltar para casa, nem pensar: sem dinheiro, sem ter vendido nada, era certo o castigo do pai. Além do mais, a casa deles também era muito fria, sem forro e com o telhado cheio de furos e emendas, por onde o vento entrava assobiando.
Com as mãos geladas, pensou em acender um fósforo. Conseguiu. A chama pequenina parecia uma vela na concha da mão. A menina se imaginou diante de uma lareira enorme com o fogo esquentando tudo e ela também. Mas logo a chama apagou e a lareira sumiu. Ela só ficou com o fósforo queimando na mão.
Acendeu outro que, brilhando, fez a parede ficar transparente. Ela viu a casa por dentro: a mesa posta, a toalha branca, a louça linda. O assado, o recheio, as frutas. Não é que o assado, com o garfo e faca espetados, pulou do prato e veio correndo até onde ela estava?Mas o fósforo apagou e ela só viu a parede grossa e húmida.
Acendeu mais um fósforo e se viu junto de uma belíssima árvore de Natal. Maior do que uma que tinha visto antes. Velinhas e figuras coloridas enchiam os galhos verdes. A menina esticou o braço e… o fósforo apagou. Mas as velinhas começaram a subir, a subir e ela viu que eram estrelas. Uma virou estrela cadente e riscou o céu.
-Alguém deve ter morrido. A avó - única pessoa que tinha gostado dela de verdade e que já tinha morrido - sempre dizia: “Quando uma estrela caí, é sinal de que uma alma subiu para o céu”.
A menina riscou mais um fósforo e, no meio do clarão, viu a avó tão boa e tão carinhosa, contente como nunca.
-Vovó, me leva embora! Sei que você não vai mais estar aqui quando o fósforo apagar. Você vai desaparecer como a lareira, o assado e a árvore de Natal.
E foi acendendo os outros fósforos para que a avó não sumisse. Foi tanta luz que parecia dia. E a avó ali, tão bonita, tão bonita. Pegou a menina no colo e voou com ela para onde não fazia frio e não havia fome nem dor. Foram para junto de Deus.
De manhãzinha, as pessoas viram no canto entre duas casas uma menina corada e sorrindo. Estava morta. Tinha morrido de frio na última noite do ano. Nas mãos, uma caixa de fósforos queimados.
-Ela tentou se esquentar, coitadinha.
Ninguém podia adivinhar tudo o que ela tinha visto, o brilho, a avó, as alegrias de um ano novo.
Hans Christian Andersen

[Amor Platônico]

Amor Platônico
Legião Urbana
Eu sou apenas alguém
Ou ate mesmo ninguém
Talvez alguém invisível
Que a admira a distancia
Sem a menor esperança
De um dia tornar-me visível
E você?
Você é o motivo
Do meu amanhecer
E a minha angustia
Ao anoitecer
Você é o brinquedo caro
E eu a criança pobre
O menino solitário que quer ter o que não pode
Dono de um amor sublime
Mas culpado por quere-la
Como quem a olha na vitrine
Mas jamais poderá te-lá
Eu sei de todas as suas tristezas
E alegrias
Mas você nada sabes
Nem da minha fraqueza
Nem da minha covardia
Nem sequer que eu existo
E como um filme banal
Entre o figurante e a atriz principal
Meu papel era irrelevante
Para contracenar
No final
No final
No final
******
Eu não conhecia essa letra da legião, na verdade nem sei se chegou a sair em algum álbum, mas quando eu li um dia desses por acaso, pensei comigo, preciso dela no meu blog.
Quem nunca viveu um amor platônico, de passar horas e horas pensando e nunca se achando bom o suficiente, sentindo culpa pelo que se sente. Acho que já perdi as contas de quantas vezes isso aconteceu comigo... Mas isso já é uma outra história